PAQUETÁ: VACINAÇÃO EM MASSA CONFIRMADA PARA JULHO

*Segundo o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, em declarações ao jornal Valor Econômico, a vacinação em massa em nossa ilha será realizada no mês de julho*. Leia a íntegra da reportagem, publicada na edição on line de ontem (1º/jun).

 

*Diretoria da MORENA*

 

*Prefeitura do Rio confirma experimento que vacinará toda a população da ilha de Paquetá*

 

Segundo secretário, 1.677 moradores de Paquetá serão imunizados em julho

 

Por Gabriel Vasconcelos, Valor — Rio

 

01/06/2021 18h20

 

O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, confirmou ao Valor que a prefeitura realizará um estudo para medir a efetividade da vacinação contra a covid-19 na população na tradicional ilha de Paquetá, na baía de Guanabara, a 15 quilômetros do centro da capital fluminense.

 

Segundo Soranz, os 1.677 moradores de Paquetá com mais de 18 anos que ainda não foram vacinados serão imunizados ao longo de julho com os três produtos utilizados no Brasil, dos laboratórios Sinovac, AstraZeneca e Pfizer. A partir de então, com a totalidade da ilha vacinada, essa população (3.830 pessoas) será acompanhada sistematicamente a fim de balizar a flexibilização do isolamento social em toda a cidade após a vacinação.

 

Os primeiros relatórios e resultados desse estudo deverão ser publicados já a partir de agosto, informou o secretário.

 

O projeto é encabeçado pelos médicos pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) José Cerbino, Gerson Penna e Rivaldo Venâncio e, por isso, contará com o apoio técnico da autarquia federal e outras instituições de pesquisa não especificadas por Soranz, também ele pesquisador da Fiocruz.

 

As doses extraordinárias serão negociadas com o Ministério da Saúde, dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

 

“A ideia é que a gente tenha uma área isolada de pessoas totalmente vacinadas. Para além de verificar a efetividade, queremos medir os efeitos das liberações de medidas restritivas locais, como isso vai funcionar em uma área onde todos já foram vacinados”, disse Soranz.

 

O secretário atribuiu a escolha de Paquetá ao fato de ser uma comunidade pequena, de fácil acompanhamento e que reproduz com alguma fidedignidade o comportamento de toda a capital, tanto do ponto de vista comportamental, quanto virológico.

A ilha tem um fluxo diário de saída de trabalhadores para outras partes do Rio de Janeiro e intensa recepção de turistas a Paquetá, sobretudo aos fins de semana, quando recebe até 5 mil pessoas, mais que dobrando sua população. Essas duas condições expõem os moradores de ilha ao vírus, aumentando a precisão da medição de efetividade da vacinação.

 

Além disso, lembra Soranz, o padrão de cepas que circula na ilha é o mesmo do restante da cidade.

 

A proposta imita, em boa medida, o experimento do Instituto Butantan em Serrana, no interior de São Paulo, onde a vacinação em duas doses dos cerca de 27 mil habitantes maiores de idade derrubaram as estatísticas da doença: o índice de mortes teve queda de 95%, o de casos sintomáticos, de 80% e de hospitalização, de 86%.

 

Lá, no entanto, o estudo foi direcionado para medir a efetividade da Coronavac, enquanto na ilha de Paquetá a ideia é ficar mais próxima da conjugação de várias vacinas, tal qual acontece na capital fluminense e no restante do país. A ideia da prefeitura foi submetida e aprovada segunda-feira em reunião do Comitê Científico que acompanha a condução das políticas públicas relacionadas à crise sanitária.

 

O médico Alberto Chebabo, vice-presidente na Sociedade Brasileira de Infectologia e membro do comitê afirma que caberá à prefeitura estruturar e colocar em prática o projeto, com a supervisão técnica da Fiocruz e outros centros de pesquisa.

 

Chebabo disse que a ideia foi apreciada pelo conjunto de especialistas e negou que o fato de parte da população já ter sido vacinada seja um obstáculo, porque, novamente, reproduziria o padrão escalonado da população geral.

 

Segundo ele, uma vez executada a vacinação em Paquetá, será possível partir para experimentações como a retiradas de máscaras e o fim da restrição à aglomerações, cujos resultados poderão ser extrapolados para o conjunto da população da capital.

 

Procurada, a Fiocruz informou ainda não ter detalhes sobre a iniciativa. A Prefeitura do Rio de Janeiro detalhou que, dos 3.830 moradores de Paquetá com mais de 18 anos, 1.853 já receberam a primeira dose de alguma das três vacinas em uso e 1.070 já receberam a segunda dose.

 

Com uma população majoritariamente de classe média, a ilha – acessível somente por barco, na maioria das vezes um serviço de barcas concedido à iniciativa privada – tem a segunda maior população de idosos da cidade, somente atrás do bairro de Copacabana.

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